Minha mãe e avó sempre me explicaram que mulher tinha que ser independente, então cresci eu com essas e outras mil idéias na cabeça. E olhe que nessa época o tal do "empoderamento" feminino nem era tão falado como hoje em dia.
Então lá estava eu filha mais velha de pais separados da classe C (ou seria D?) sei lá eu dessas classificações, mas a nossa grana sempre foi curta então quanto vai custar sempre me preocupa.
No final de maio recebi um anúncio de promoção, o pacote incluÃa: 6 meses de curso de inglês + passagem aérea ida e volta + seguro de vida\saúde + 2 semanas de acomodação + Transfer do Aeroporto até a acomodação. Tudo isso por mais ou menos 7.500 reais.
Eu não tive dúvidas era Deus falando vai minha filha vai.
Eu já tinha passaporte faziam uns 2 anos e paguei 150 reais para ter , hoje deve estar um pouco mais caro. Como o meu intercâmbio seria na Irlanda, para darem o visto de 1 ano pediam 3 mil euros comprovados por extrato de conta bancária irlandesa.
Nessa época o euro custava por volta de 3,18 considerando o amado IOF isso deu uns 10.500 reais, logo pensei ferrou não tenho essa grana. O jeito foi vender meu carro, a melhor parte foi que vendi para a minha mãe, bom na verdade quem pagou foi o marido dela. Hoje eu vejo que isso foi uma das primeiras coisas que o intercambio trouxe de bom. Eu não falava com o marido da minha mãe então as vezes isso complicava o convÃvio entre a gente, negociar a venda do carro mudou totalmente a nossa relação e até hoje ela é ótima e muito importante pra mim.
Então se você somar isso da uns 18 mil reais, ai você pergunta é isso Bia que eu preciso?
Bom muitas pessoas recomendam que você leve 500 euros extras, porque esses 3 mil euros precisam ser colocados no banco, você precisa solicitar um extrato e só ai você pode começar a gastar esse dinheiro. O sistema bancário é da idade da pedra para nós que somos acostumado com o brasileiro (sim pasme você o Brasil é melhor que a Europa nisso), então entre abrir a conta e receber o extrato bancário você gasta 1 mês em média.
No meu caso que tinha apenas 2 semanas de acomodação paga, no primeiro mês teria logo de cara o aluguel, então resolvi levar 1.000 euros extras. Fazendo as contas então pra sair do Brasil desembolsei mais ou menos 21.500 reais.
A agência que fechei?
http://www.globalstudy.com.br/
Informações atuais sobre intercâmbio na Irlanda?
https://www.e-dublin.com.br/
Junho de 2014, já tinha passado a festa de formatura, colação de grau, era meio do ano e eu continuava empacada. Meu aniversário se aproximando os 25 anos batendo na porta, só faltariam mais 5 pros 30 e eu lá no mesmo lugar. O medo de fazer merda me estrangulando e a vontade de mete o pé me tirando a paz. Eu pressionava eu mesma, pode isso? Não sei mas eu faço e muito.
Em plena segunda-feira enchi o peito de coragem chamei meu supervisor e disse que queria as contas mas só consegui deixar a empresa na sexta-feira depois de entregar a famosa carta ao RH.
O que as pessoas disseram?
Que eu era louca por deixar um trabalho de quase 7 anos onde estava estável e feliz.
Que não ia ser fácil arrumar um trabalho igual ao que eu tinha.
Que teria que trabalhar como baba e garçonete.
Confesso que me imaginar trocando fraldas e servindo mesas me assustou, afinal ninguém dedica anos na faculdade pensando em trabalhar nesses empregos depois de formado.
Mas segui em frente e preferi acreditar que os resultados do sacrifÃcio valeriam a pena, e como disse tive um apoio psicológico fundamental da minha mãe.
O que eu esperava do intercâmbio?
Falar inglês sem medo com qualquer um, ser entendida e entender.
Ser uma pessoa melhor.
Eu acreditava que o desafio de morar em outro paÃs faria de mim uma pessoa diferente.
Hoje vou contar algumas coisas que aconteceram, antes de eu realmente conseguir pedir demissão.
Já disse que a decisão na minha cabeça foi no final de 2013, mas o embarque aconteceu só em Agosto de 2014.
O primeiro baque foi quando contei para o rapaz que eu namorava, eu disse que iria viajar para melhorar meu inglês que ficaria fora só 6 meses. A reação dele? Terminou o namoro.
Imagine a situação eu estava com medo do que o futuro me reservava e ainda tive que lidar com o fim de um namoro. Nosso namoro nunca foi um namoro estável, viviamos entre o céu e o inferno mas todos viam que existia amor. Lembro bem daquele fim de ano, porque sempre passava com a famÃlia dele, foi chegando o Natal e o desespero batendo, afinal essa época do ano o sentimentalismo bomba.
Achei que iriamos reatar o namoro, docê ilusão.
2014 já começou diferente pra mim, então lá estava eu com o plano de jogar tudo pro alto mas o medo de tomar a decisão errada me atormentava. Não teve jeito a meta para 2014 foi fazer o intercâmbio (Sim, eu sou daquelas que faz a listinha de metas para o novo ano hehehehe)
Mas antes disso ainda tinha minha tão esperada festa de formatura, pois veja você acabei a faculdade em Dezembro de 2013. A festa foi só em Fevereiro de 2014, e a colação de grau, onde finalmente peguei um papel oficial dizendo que eu era ENGENHEIRA (aleluiaaaaa), foi em Março 2014.
Eita ano movimentado na minha vida!
Oi Gente!
Ultimamente ando lendo alguns blogs e assistindo alguns vlogs, o que me deu coragem para começar o meu próprio.
Então para começar vou contar um pouco mais de mim.
Meu nome é Beatriz e tenho 27 anos em Dezembro de 2013 me formei em Engenharia Mecatrônica (calma não sou louca, só um pouco estranha rs).
Nasci em Campinas e vivi a maior parte da minha vida entre Campinas e Hortolândia, cidades do interior de São Paulo.
Terminando a facu sabia que um ciclo ia encerrar e ai veio as mil crises sobre o que fazer na nova fase. Por ser uma pessoa muito ansiosa já tinha planos em mente, a dúvida era qual por em prática para iniciar o novo ciclo.
Plano 1 - Casar e continuar no emprego?
Eu já trabalhava a quase 7 anos em uma ótima empresa amava meu trabalho, namorava há 3 anos então poderia ser a hora de iniciar o projeto famÃlia.
Plano 2 - Fazer intercâmbio?
Sempre quis falar outros idiomas e achava fundamental para uma engenheira ter inglês fluente, mas largar tudo ...
Eu realmente não sabia o que fazer mas sentia uma vontade de mudar de viver algo novo fosse a vida de casada, fosse um emprego novo fosse o tal do intercâmbio. Eu não sabia bem, só sabia que queria uma mudança.
Eu escolhi arriscar, a parte difÃcil foi criar coragem de pedir as contas e abandonar tudo que eu conhecia e tinha certeza por algo que eu não sabia o resultado.
Para criar coragem pedi conselhos a minha mãe, o meu maior medo era tudo dar errado e eu ter perdido um emprego bom e ter que voltar a estaca zero.
O que ela me disse fez toda a diferença, ela disse quando você voltar eu estarei aqui, sua casa estará aqui e você não estará desamparada.
O apoio da minha mãe confirmou o que eu sentia no meu coração, sim eu acredito em Deus e acredito que Ele fala conosco pelo nosso coração.
E dois meses depois do meu último dia no trabalho eu desembarcava em Dublin na Irlanda, para 6 meses de curso de inglês, bom esse era o plano...