Como comentei no ultimo post, eu sonhei em ter um cargo de liderança mas quando sonhamos com algo nunca sabemos como realmente é. E  a realidade quase sempre tem fatores que não incluímos nos sonhos.

Eu sou aquele tipo de pessoa que adora planejar, e analisar as possibilidades de diferentes resultados, mas ao mesmo tempo eu também fico bem frustrada quando as coisas saem do plano. Em um cargo de liderança o líder precisa entender que os planos vão mudar o tempo todo, afinal são diferente pessoas e situações acontecendo simultaneamente.

Eu posso dizer então que uma das lições que um cargo de liderança me deu foi aprender a ser mais flexível e soltar as rédias das situações. O cargo de liderança também me ensinou que a realização profissional não trás a felicidade que imaginamos quando sonhamos, pelo contrário é uma pequena parcela quando comparada a outras coisas da vida.

Ter um cargo de liderança em uma multinacional era meu objetivo final como profissional e quando eu atingi acabei percebendo que não era realmente o que eu queria pra mim. Após nove meses atingindo metas e vendo resultados, eu percebi que toda a energia que eu colocava para isso acontecer era um preço muito alto que para mim não valia a pena pagar.

Foi nesse período que eu finalmente entendi a fundo o porque os irlandeses tem como prioridade a qualidade de vida, o tempo com a família acima da condição financeira. Eu aprendi que pra mim um sorvete de um euro no fim de tarde com a mente em paz tinha mais sabor do que um jantar em Paris com a mente turbulenta.

Quando o trabalho consome sua saúde mental é um claro sinal de que é hora de mudar, de parar, de procurar outras opções. Acredito que fui bem inocente nessa questão, afinal nos meus 10 anos em grandes empresas eu vi por mais de uma vez como os cargos de liderança consomem aqueles que os ocupam, e comigo não foi diferente.

Depois de ter sido "chefe" aprendi que essa é definitivamente a posição que não quero mais ocupar na minha carreira profissional.